quarta-feira, 22 de maio de 2013

A Igreja

Que é a Igreja Episcopal
 
Nestes dias de incertezas, confusão e perplexidade, muitos há que se voltam para a religião, na esperança de encontrar algo que realmente os conforte e os inspire a viver. Este fato verifica-se mais acentuadamente entre os moços de amos os sexos, inclusive casais jovens que desejam criar um ambiente espiritual para si e para os seus filhos.
Dentre as forças vivas do Cristianismo contemporâneo, figura a Igreja Episcopal, cujos elos históricos a ligam à era apostólica e cuja visão da realidade a conserva sempre alerta às exigências dos novos tempos.
O título “Episcopal” não apenas refere o seu tipo de governo eclesiástico, mas lembra, ainda, que não se trata de uma seita moderna, fundada pelos homens, aqui ou ali com o fito de ressaltar este ou aquele ponto doutrinário, em detrimento de outros. Antes, considera-se uma Igreja Católica, no sentido básico do termo, porquanto possui as credenciais da tradição apostólica, preserva e ensina toda a verdade cristã e se destina a todos os homens de todos os tempos.
 
I
Historicamente, está ela entroncada na grande Comunhão Anglicana, a qual, pela sua posição influente e simpática no cenário religioso destes últimos séculos, desfez-se do seu sentido regional, propagando-se a todas as raças e nações da terra. Na vetusta “Magna Charta” dos ingleses, a expressão latina “Ecclesia Anglicana” era empregada para mencionar a Igreja da Inglaterra, então submetida à autoridade papal. Porém vocábulos como “anglicano” e “romano” deixaram de circunscrever-se a um país ou lugar para designar cada qual um ramo eclesiástico de âmbito universal
e de características próprias.
Como dissemos inicialmente, não se trata de uma seita destituída de ligação ininterrupta com a Igreja primitiva. Por outro lado, não menos real e construtiva é a sua relação com a Reforma religiosa do séc. XVI. Sem perder o seu caráter católico, é a Igreja Episcopal também chamada “protestante”, pelo fato de se haver libertado da tutela de Roma e assim retornado à sua antiga independência. Essa independência fora desfrutada nos primeiros séculos da Igreja no que é hoje as ilhas britânicas, até que o monge Sto. Agostinho, enviado pelo Papa Gregório, conseguiu submetê-la à jurisdição papal, no séc. VI. Esta submissão que nunca foi feliz nem desejada pelo povo, terminou mil anos depois, quando as aspirações populares foram acidentalmente – e providencialmente – satisfeitas, graças a uma querela pessoal do rei inglês com o Papa. Que tais aspirações eram constantes e manifestas demonstra-o a redação da “Magna Charta” onde se requer que a Igreja Anglicana seja livre (“libera sit”), bem como o fato de que Estevão Langton, Arcebispo de Cantuária (1207-1228), se recusou a publicar a bula em que Inocêncio III excomungava os signatários daquele memorável documento.
Portanto, muito ao contrário do que a Igreja de Roma tem propalado, a Igreja Anglicana não foi fundada pelo Rei Henrique VIII, pelo simples motivo de que ninguém pode fundar aquilo que já existe.
Foi, sim, reformada e purificada, no decurso de vários reinados, a partir de sua separação da sé romana. Conservou-se fundamentalmente a mesma Igreja que, por séculos, havia existido naquelas ilhas, mantendo a mesma fé, o mesmo culto e o mesmo ministério.
A Comunhão Anglicana que, em muitos países, adquiriu a designação de Igreja Episcopal, está hoje, disseminada pelos quadrantes da terra. É admirável como, não obstante a completa autonomia das suas ramificações nacionais, entre as mais variadas raças e culturas, nunca se partem os elos afetivos e espirituais que as entrelaçam nessa grandiosa Comunhão eclesiástica.
Congressos pan-anglicanos, onde se representam quase todos os países do mundo, despertam cada vez maior entusiasmo e senso de união entre os diversos ramos do Anglicanismo. São notáveis as Conferências de Lambeth que, ao fim de cada decênio, reúnem todos os bispos, durante semanas a fio, para mútua consulta e para, no espírito de oração e humildade, opinar em assuntos  relacionados com a doutrina e a vida cristã, em face da situação do mundo. Os pronunciamentos desse conclave são publicados na forma de encíclicas que, em geral, despertam interesse, admiração e respeito em toda a cristandade.
Fonte:
KRISCHKE, E. M. “Que é a Igreja Episcopal?” Porto Alegre: Publicadora Ecclesia. Editora Metrópole.
 
 
 
 
 

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